Para homenagear o Mês do Mestiço e do Caboclo, a deputada estadual Conceição Sampaio (PP), realizou ontem, sexta-feira (08), sessão especial na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), destacando que o movimento Nação Mestiça, ou Movimento Pardo Mestiço Brasileiro, fundado em 2001, em Manaus, tem lutado pelo reconhecimento da identidade mestiça do país e contra a divisão do Brasil em brancos, negros e indígenas.
“Reconhecemos o mestiço e o caboclo, pois o povo brasileiro é oriundo da miscigenação. E a Assembleia do Amazonas, como a casa do povo, valoriza todos que constituem o povo brasileiro”, enalteceu a deputada Conceição Sampaio. E destacou a importância da participação das escolas, as quais se integraram na programação do Mês do Mestiço e do Caboclo com a produção de redações sobre a terra e o mestiço.
Helda Castro, presidente do Movimento Nação Mestiça, explica que o povo mestiço existe há mais de 500 anos, a partir da formação do povo brasileiro, e que o movimento é uma organização brasileira de mestiços que tem por objetivo defender a identidade e o reconhecimento desse segmento. “Temos os mesmos direitos originários que os indígenas, pois a nação é mestiça há 500 anos, desde quando o Brasil foi descoberto e iniciou a miscigenação entre o branco e o índio e depois com o negro”, defendeu.
Entre as principais reivindicações do movimento consta o direito a terras, a necessidade de avançar com políticas públicas, principalmente em relação às demandas dos mestiços, assim como negros e índios já foram contemplados.
Povo nativo
De acordo com o coordenador do Fórum Nacional do Mestiço, Gerson Leão, o movimento surgiu em 2001, na mesma época em que foi percebido que o Brasil caminhava para criação de uma sociedade artificial, formada apenas por brancos, negros, índios e amarelos, onde não considerava mais o mestiço. E alertou para o perigo da segregação, da divisão racial, a exemplo dos índios que são isolados em reservas, uma mentalidade criada com a partir da Constituição de 1988.
“O mestiço não é um povo que veio da Europa. O mestiço foi gerado pelos indígenas e é um povo nativo”, frisou Gerson Leão, ao destacar que os mestiços e caboclos precisam ter seus direitos resguardados e respeitados.
Participaram do evento membros do movimento Nação Mestiça de Manaus e de Autazes; estudantes e professores da Escola de Tempo Integral Marques de Santa Cruz, Instituto de Educação do Amazonas (IEA); a mesa foi composta pelo coordenador do Fórum Nacional do Mestiço, Gerson Leão; diretor do departamento de Políticas Educacionais da SEDUC, professor Edson Melo; coordenadora da Diversidade da SEMED, Lídia Helena Oliveira; diretor do departamento de Literatura da SEC, Antonio Auzier Ramos; representante da secretaria estadual de Segurança pública, Keila Pinheiro; comandante da 23ª CICOM do Comando da Polícia Militar do Amazonas, Major Nilo Correia; e a coordenadora distrital de Educação da SEDUC, Angélica do Santos.
De Correio da Amazônia, 08/06/2013.
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