Programa da ONU propaga preconceitos contra mestiços

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou um relatório “escrito principalmente por lideranças indígenas especialistas no tema” com diversas declarações depreciativas contra mestiços e mestiçagem.

O “estudo” cria uma categoria que denominam “população branco-mestiça”.

Classificar mestiços como “homens brancos” é uma estratégia do indigenismo verwoerdista que objetiva apagar o caráter nativo dos mestiços e, por consequência, seus direitos originários culturais e territoriais, propiciando seu etnocídio e limpeza étnica nas criações de territórios exclusivos para indígenas.

O PNUD possui o copyright © sobre o relatório, intitulado “Cidadania Intercultural – Contribuições da participação política dos povos indígenas na América Latina” (no original em espanhol, “Ciudadanía Intercultural—Aportes desde la participación política de los pueblos indígenas de Latinoamérica”), que foi realizado “com o auspícios” da Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo (AECID), pertencente ao governo da Espanha.

O documento associa mestiços exclusivamente a brancos e europeus, silenciando o fato óbvio dos mestiços terem sido gerados também pelos próprios indígenas (e não só com brancos), como se observa na passagem, “Desde hace más de medio siglo, los ayoreode engrosan la población indígena de Bolivia, un mosaico de pueblos y culturas cuyo común denominador es su nativismo frente a la población criollo mestiza de origen europeo”.

Sobre os “cholos”, como são denominados os mestiços de brancos e indígenas em diversos países da América Latina de colonização espanhola, repete-se o estratégia de depreciação usada no Brasil contra palavras referentes a mestiços, como caboclo, pardo e mulato, fato observado na passagem, “‘cholos’ (palabra despectiva que remite al indígena andino amestizado) “.

A inversão do fato óbvio do mestiço ter sido gerado pelos indígenas, e não o contrário, aparece neste comentário sobre como teria ocorrido a mestiçagem no Peru, “La encuesta de 2007 no muestra a cabalidad la realidad étnica cultural, por cuanto el agresivo discurso político para la integración de la población autóctona a la cultura de origen hispana ha resultado en una baja autoestima colectiva 209 que encuentra en la cholificación el camino del mestizaje integrador “. Mestiços são também população autóctone.

O site do PNUD adota o discurso masista e afirma que “na Bolívia (…) os povos indígenas são a maioria da população”. No último censo da Bolívia, mestiços não foram contados pois o governo indígena de Evo Morales excluiu a categoria ‘mestizo’.

Os resultados de uma busca no site do PNUD com os verbetes ‘mestiço’ e ‘indígena’ são indicativos da ênfase dada a mestiços e a indígenas por este programa da ONU.

O verwoerdismo ressurge na América Latina

O verwoerdismo, a ideologia do holandês Hendrik Verwoerd, o inventor do apartheid, fracassou na África do Sul, mas na América Latina, apoiado por ONGs e por determinados governos europeus, uma versão branco-indigenista desenvolveu-se e ganhou força na região, tendo como um de seus objetivos eliminar a etnicidade mestiça.

Os descendentes dos indígenas escravizados na América Latina durante o colonialismo europeu estão principalmente na população mestiça. As atuais populações indígenas, alvo do verwoerdismo, são formadas por etnias indígenas que sobreviveram ao escravismo, de populações em regra miscigenadas que foram absorvidas pelas etnias indígenas ou que, como vem ocorrendo mais recentemente, com o incentivo das políticas mestiçofóbicas de determinados governos latino-americanos, como o brasileiro, passaram a se identificar como indígenas.

Um dos principais “incentivos” para o aumento da população indígena no Brasil está no receio de mestiços sofrerem limpeza étnica pela criação de territórios exclusivos para auto-identificado indígenas.

O Nação Mestiça, a associação da etnia mestiça brasileira, enviará seu protesto ao PNUD contra a publicação.