Os últimos dias foram de destruição dentro da área da Suiá Missu decretada como Reserva Indígena Marawatsede. Os 165 mil hectares que compõe a reserva, começaram a ser desocupados no último dia 10 de dezembro, de lá pra cá o que se vê na região é uma cena de depredação.
Nesta terça-feira (16), a reportagem do Agência da Notícia encontrou em Porto Alegre do Norte um caminhão da FUNASA carregado com mais uma mudança, de acordo com o proprietário da mudança essa seria a última família a deixar o Posto da Mata. “Fomos os últimos a sair, primeiro porque não tínhamos condições de pagar um caminhão e depois porque ainda acreditávamos que poderia haver uma reversão com essa injustiça que está sendo feita na nossa região”, disse o ex-morador da Suiá Missú José Antônio da Silva de 38 anos ao Agência da Notícia que estava acompanhado da mulher Renata Roberta também de 38 anos, um cachorro e toda a mudança que foi o que sobrou de 5 anos de trabalho dentro da área da Suiá Missú.
Ainda segundo o ex-morador da Suiá, no Posto da Mata muitas casas estão sendo demolidas pela FUNAI, além disso, nenhum morador pode retirar mais nada do local e diversos imóveis foram confiscados, inclusive as Igrejas que foram e estão construídas no Posto da Mata. “Da nossa Igreja, por exemplo, nós não tiramos nada, não tivemos tempo e depois disso não sabíamos para onde iriamos levar, porque o foi construído ali foi pela comunidade e essa comunidade foi desfeita, isso é uma coisa tão injusta que a gente acaba ficando bloqueado e não sabe nem como agir”, contou a Pastora Sandra ao Agência da Notícia que também era moradora do Posto da Mata.
De acordo com ex-morador o os hotéis de Posto da Mata também foram confiscados e os proprietários não vão poder mais retirar nada do local. “Eles colocam fitas de isolamento e disseram que vão começar a derrubar tudo, o que sobrou vai virar pó e caco de tijolo”, contou o ex-morador do Posto da Mata com lagrimas nos olhos.
Diversas famílias que foram retiradas do Posto da Mata estão abrigadas pela Prefeitura Municipal de Alto Boa Vista nas escolas e quadras cobertas da cidade. A sociedade organizada se mobiliza para arrecadas alimentos para as famílias.
De Barra do Garças News, 18/01/2013.
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