Os resumos dos laudos antropológicos publicados pela Fundação Nacional do Índio (Funai), no Diário Oficial da União do dia 1° de agosto, e que visam à criação de terras indígenas para a etnia mura, não fazem referência a presença da etnia mestiça, a etnia nativa mais numerosa da Amazônia, nas áreas pretendidas (Tracajá e Murutinga, Sissaíma, Ponciano e Vista Alegre), localizadas nos municípios de Autazes, Careiro da Várzea, Careiro e Manaquiri, no Estado do Amazonas. Os documentos limitam-se a distinguir “indígenas” e “não-indígenas”, sem especificar a que etnia estes últimos pertencem.
Como nativos, os mestiços possuem os mesmos direitos originários dos indígenas à terra. O Estado do Amazonas reconhece oficialmente a etnia mestiça e o município de Autazes reconhece o seu território como de identidade mestiça. As demarcações promovidas pela presidente Dilma Rousseff (PT), porém, caso aprovadas, levarão a nova limpeza étnica dos nativos mestiços.
O apagamento oficial da etnia mestiça tem sido promovida por partidos marxistas na América Latina, como o Partido dos Trabalhadores no Brasil (PT), no Brasil, e o Movimento ao Socialismo (MAS), do presidente indígena Evo Morales, na Bolívia.
O Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro (Nação Mestiça), a organização da etnia mestiça brasileira, tem atuado contra a implantação de políticas de apartheid e denunciado o desrespeito aos direitos da população da etnia mestiça pelo governo federal. Publicou no dia 30 de julho nota a favor da imediata vigência da Portaria nº303 da Advocacia Geral da União (AGU). Reuniões da comunidade da etnia mestiça têm sido realizadas em áreas sob o risco de limpeza étnica a fim de organizar a resistência.
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