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Soldado – Compromisso com a Pátria – Hiram Reis e Silva

“Senhor, umas casas existem, no vosso reino onde homens vivem em comum, comendo do mesmo alimento, dormindo em leitos iguais. De manhã, a um toque de corneta, se levantam para obedecer. De noite, a outro toque de corneta, se deitam obedecendo. Da vontade fizeram renúncia como da vida. Seu nome é sacrifício. Por ofício desprezam a morte e o sofrimento físico. Seus pecados mesmo são generosos, facilmente esplêndidos. A beleza de suas ações é tão grande que os poetas não se cansam de a celebrar. Quando eles passam juntos, fazendo barulho, os corações mais cansados sentem estremecer alguma coisa dentro de si. A gente conhece-os por militares… Corações mesquinhos lançam-lhes em rosto o pão que comem; como se os cobres do pré pudessem pagar a liberdade e a vida. Publicistas de vista curta acham-nos caros demais, como se alguma coisa houvesse mais cara que a servidão. Eles, porém, calados, continuam guardando a Nação do estrangeiro e de si mesma. Pelo preço de sua sujeição, eles compram a liberdade para todos e os defendem da invasão estranha e do jugo das paixões. Se a força das coisas os impede agora de fazer em rigor tudo isto, algum dia o fizeram, algum dia o farão. E, desde hoje, é como se o fizessem. Porque, por definição, o homem da guerra é nobre. E quando ele se põe em marcha, à sua esquerda vai coragem, e à sua direita a disciplina”.
(Moniz Barreto – Carta a El-Rei de Portugal, 1893).

– Seguindo em Frente…
 Fonte: Cláudio Moreira Bento e José B. Queiroz

Mesmo amargando revanchismos implícitos e discriminações injustas, o soldado brasileiro continua seguindo em frente, de cabeça erguida e olhar firme, pensando no cumprimento do dever. Ele é o braço armado do povo ao qual serve com dedicação e entusiasmo.

A sua força não está nas armas, mas nas configurações do seu caráter. São valores que despertam respeito, confiança e admiração. Não são as injustiças, as inverdades, as manipulações e deturpações de sua História que o impedem de continuar seguindo em frente.

Esses valores são conhecidos como virtudes militares, repassadas de gerações para gerações. Elas são indispensáveis ao eficiente exercício da profissão. É com elas brilhando no peito que o soldado continua seguindo em frente.

Essas virtudes são qualidades morais, inseparáveis dos uniformes militares. A honra, o devotamento, a moralidade, o decoro, a ética cintilam em sua alma como se fossem estrelas no céu e o impelem a seguir em frente.

A dureza e as adversidades da guerra exigem do militar valores adicionais, que permitem cumprir a missão, mesmo que seja necessário desprezar o perigo e sacrificar a vida. Com abnegação, coragem, bravura e iniciativa, o verdadeiro soldado continua seguindo em frente.

As investidas maliciosas, as depreciações salariais, as reduções orçamentárias, a extinção de benefícios, nada disso tira a grandeza dos uniformes ou o entusiasmo de um soldado. Mesmo com tantas pedras e montanhas colocadas em seu caminho, ele continua seguindo em frente.

O militar não tem compromisso com o poder, mas com a Pátria, no fiel cumprimento de sua destinação constitucional. Não importa a coloração partidária de quem exerce esse poder. É pensando no seu País e na grandeza de suas virtudes que ele continua seguindo em frente.

É embalado por essas virtudes e cantando esta canção que o soldado brasileiro segue em frente:

Nós somos da Pátria a guarda,
fiéis soldados, por ela amados.
Nas cores de nossa farda,
rebrilha a gloria, fulge a vitória…
A paz queremos com fervor,
a guerra só nos causa dor.
Porém, se a Pátria amada,
for um dia ultrajada,
lutaremos com fervor.

A profissão militar tem, nos equipamentos bélicos, o seu meio de adestramento. As virtudes exigidas nessa profissão precisam, portanto, ser fortes e consistentes. A hierarquia e a disciplina fundamentam o ordenamento jurídico e constituem a matriz dessas virtudes. Sem elas, o soldado não pode continuar seguindo em frente.

Além dos valores já mencionados, existem outros que se abrigam na alma de um soldado, como a virtude da verdade, da camaradagem, da lealdade, do dever. A beleza da profissão não está no colorido dos uniformes, mas no conjunto desses valores, que dão coragem ao militar para seguir em frente.

A grandeza das instituições castrenses está na solidez das virtudes militares, ensinadas a todos e cobradas de todos. Elas são a identidade dos soldados, sejam eles praças ou oficiais, estejam eles na ativa ou na reserva. Elas guiam os que continuam seguindo em frente.

As virtudes militares são o passado, o presente e o futuro das Forças Armadas. Sem elas, os militares não vencerão as dificuldades e as adversidades. Sem elas, não terão ânimo para continuar seguindo em frente, lutando pelo Brasil e, se preciso for, morrer na defesa de sua soberania e integridade.

Essas virtudes nunca sentiram agonia, tristeza ou solidão no peito de um verdadeiro soldado, marinheiro ou aviador. Dentro dos uniformes, elas sentem o mais puro sabor da vida. Elas são eternas como o céu, nobres como o rei, sagradas como o templo.

Hiram Reis e Silva é Coronel de Engenharia, professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA), presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS), vice-presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil/Rio Grande do Sul, membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS), colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
E–mail: hiramrs@terra.com.br

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