Prezado leitor deste artigo: se você for negro, mulato, caboclo ou índio, e for morador de áreas de imigração européia ou japonesa na zona rural da região Sul do País, seu direito de continuar a residir em tais áreas corre sério perigo – vem aí o apartheid brasileiro; vem aí o Projeto de Lei 3056/08 de autoria do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR).
Em pleno século XXI, depois de todas as tragédias provocadas pelo racismo e pelo segregacionismo étnico no século passado ( sistema “Jim Crow” norte-americano, Holocausto judeu, apartheid sul-africano, sistema de castas indiano, etc ) ninguém poderia imaginar que surgiria no Brasil, justamente no Brasil, um legislador louco à ponto de propor a ressurreição dessa forma de organização social. Infelizmente, surgiu tal figura, o que confirma a famosa observação do judeu – e fugitivo da perseguição nazista – Albert Einstein: “duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana.”
O que propõe o projeto do deputado Vanhoni? Propõe transformar as áreas habitadas por etnias de imigrantes europeus e asiáticos em territórios ditos de “preservação cultural” similares ao que são as reservas indígenas. Na prática: serão áreas que somente poderão ser habitadas por quem tiver determinado perfil étnico/racial. Exagero? Não; é só ler o próprio PL. que diz em seu artigo 3º:
“Art. 3 º. Devem pautar a criação, a implementação e a gestão das Unidades de
Preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro os seguintes princípios:
(…) XIV – a preservação dos direitos culturais, o exercício de práticas comunitárias,
a memória cultural e a identidade racial e étnica.”
Ou seja, a gestão dessas unidades deverá ser pautada pela “identidade RACIAL” dos seus ocupantes.
Já tivemos um exemplo desse tipo de política na criação da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, na qual famílias formadas por elementos indígenas e não-indígenas foram separadas à força pelo Estado brasileiro no ato de criação da reserva. Os não-índios foram expulsos. A esse tipo de política cruel é dado o nome de “desintrusão” , como se fosse possível um cidadão brasileiro ser um intruso dentro de parte de seu próprio País, apenas pelo fato de não ter a “identidade racial” considerada a “correta” pelas autoridades para aquela determinada região!
De onde se origina esse tipo de política absurda, executada por pessoas que se proclamam como sendo de esquerda? A origem está numa vertente endogamista ( e portanto: racista ) do multiculturalismo, pela qual “raça” e “cultura” obrigatoriamente são sinônimas, e portanto a única forma de preservar culturas é preservando a “pureza” das “raças” humanas. É assustador: é o mesmíssimo discurso de Adolf Hitler e da KuKluxKlan – não por acaso, quem consultar a web vai descobrir que grupos neonazistas e de supremacistas brancos como o “White Power” apóiam o projeto do deputado Vanhoni.
Getúlio Vargas disse em 1938 que a extrema-esquerda e a extrema-direita “se equivalem nos seus métodos e objetivos.” O aplauso que os racistas de extrema-direita estão dando ao projeto de lei do esquerdista Vanhoni parece confirmar a percepção do estadista gaúcho.
O projeto de lei do deputado Vanhoni parece estar em rota de colisão com a lei anti-racismo brasileira ( “Lei Caó” ) de 1989, que diz em seu artigo 14:
“Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e social. Pena: reclusão de dois a quatro anos.”
Ainda assim, o projeto segue tramitando na Câmara. Afim de evitar maiores debates, o PL está tramitando de forma conclusiva, ou seja, por meio de um rito de tramitação pelo qual o projeto não precisa ser votado pelo plenário, mas apenas pelas comissões designadas para analisá-lo. O projeto perderá esse caráter em duas situações: se houver parecer divergente entre as comissões (rejeição por uma, aprovação por outra); ou se, depois de aprovado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total). Nos dois casos, o projeto precisará ser votado pelo plenário.
Estranhamente, a nossa mídia, que critica muito ( e com razão ) o nazismo, o apartheid sul-africano e a segregação racial norte-americana que vigorou até os anos 60, tem se mantido calada em relação a esse projeto de lei que tramita em nosso Congresso Nacional.
Os brasileiros precisam tomar conhecimento desse projeto, e reagir contra ele. É preciso que os setores lúcidos da nossa sociedade escrevam para os legisladores e demais autoridades mostrando a sua desaprovação a uma proposta que, se aprovada, significará a instituição da segregação racial no Brasil.
Rodrigo Nunes Ricardo, jornalista , Florianópolis, SC.
Os textos postados assinados por seus autores e os noticiosos e de outros sites lincados são de inteira responsabilidade dos mesmos não representando no todo ou em parte posicionamentos do Nação Mestiça.
Em manifesto na web, jovens paulistas criticam migração
PL dos territórios brancos não passará pelo Plenário da Câmara
Deputado quer criar territórios culturais brancos
ECR-3: a divisão dos brancos – Leão Alves
Índios querem Estado independente em Roraima, diz Abin
ENQUETE
negros tem quilombo,indios tem reservas,brancos pagam 5x mais inpostos que negros,indios e mestiços juntos e não podem ter nem no minimo um espaço.v…
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Já neste artigo, como há quebra pau sobre pessoas brancas, comentários tem aos montes.
Hipócritas, se tu for negro, mulato, indio ou caboclo e tiver suas raizes culturais, tu tbm será beneficiado por isso.
Sergio, os argumentos partem disse que disse realmente.
Abrçs
Eu concordo é que esse sentimento de menosvalia de uma raça inexistente é simplesmente descabido. Essa cultura do “ser diferente” tão fortemente adubada pelos negros é o combustível para que projetos estapafúrdios como desse paranaense venha à baila. Negros não são mais nem menos do que qualquer outro ser humano, não importando a cor da pele, tipo de olhos, altura, peso ou qualquer outra característica física pessoal.
Tudo isso é tão incoerente que uma camiseta com a inscrição “100% NEGRO” é usada com louvor e admirada com atenção. Mas uma possível camiseta com a inscrição “100% BRANCO” causaria os mesmos sentimentos?
Deveria haver espaço para discussão do fim dessa hipocrisia, e não para o alimentá-la.
Sidão, lugar de eurodescendente brasileiro e europeu naturalizado brasileiro é no Brasil. O problema do PL é que ele promove a divisão territorial entre brasileiros e, por conseqüência, é anti-brasileiro e anti-mestiço. Há uns movimentos que têm quase sempre negativa da vinda de europeus (e de brancos) para as Américas, nós não temos nada contra brancos e contra europeus e valorizamos também nossos ancestrais brancos tanto quanto os indígenas, os africanos e os amarelos. Somos contra isolamento racial, contra quem quer se isolar, formar cistos europeus ou brancos dentro do território brasileiro.
Creio que conceder direitos “especiais” por etnia e origem é anterior a Lula. Na CF de 88 já havia privilégios para imigrantes portugueses que, como todos sabem, são em sua absoluta maioria brancos. Em 94 acrescentaram a ECR-3, que também na prática privilegiava principalmente brancos ( http://nacaomestica.org/blog4/?p=915 ).
As leis de “cotas raciais”, de neoquilombos, dirigidas a “negros” são posteriores. O que aconteceu foi que a mídia não reagiu às leis favorecendo brancos como reagiu às leis favorecendo “negros”. Não consta nas leis favorecendo brancos a palavra ‘branco’, mas este artifício é bem antigo e já em 1890 aparece num decreto de Deodoro. Usa-se um termo étnico que na prática aplica-se apenas a etnias formadas em sua absoluta maioria por brancos (alemã, libanesa, italiana, p. ex.). O projeto do dep. petista Vanhoni acima é da mesma linha, ainda que nele aparece explicitamente referência a “identidade racial”.
Não creio que faça sentido comparar o direito de indígenas a territórios próprios com algo assemelhado a imigrantes e descendentes: os indígenas são povos nativos, já estavam aqui antes do Brasil e também quando a Nação brasileira já estava formada e independente (1822), suas culturas fazem parte da própria identidade nacional brasileira.
Quanto a “negros” (coloco entre aspas porque a rigor em regra são miscigenados e preferimos o termo ‘pretos’) e mestiços defendemos que eles não devam isolar-se, mas misturar-se, pois não devem se conformar apenas com um pedaço do Brasil. Soma-se a isto que os mestiços em regra descendem também de nativos e, assim, possuem os mesmos direitos de origem dos indígenas.
Assim, quando os imigrantes chegaram, as terras que ocuparam eram terras que já haviam (ou ainda eram) habitadas por nativos (indígenas e mestiços). O caso do Contestado foi só um exemplo de limpeza étnica contra mestiços para dar lugar a imigrantes.
Mesmo que houvesse reparação a ser paga por supostas perseguições racistas de Getúlio Vargas, não haveria sentido fazê-lo às custas de segregação racial, de “sudetos” e do nosso direito histórico sobre todo o território nacional e de manifestarmos a cultura nacional mestiça em nosso próprio país. A cultura alemã está bem preservada na Alemanha, a italiana na Itália, a portuguesa em Portugal…
Que Getúlio Vargas fez políticas de preferência racial na imigração há registro – vide http://nacaomestica.org/blog4/?p=1498 -; esta política, porém, beneficiava especialmente os imigrantes europeus (com exceção dos ciganos).
Qual a grande queixa contra Getúlio Vargas? A de que ele desejava misturar e integrar os imigrantes à Nação. Estranha esta queixa: qual o problema disso? Getúlio Vargas não raptou ninguém na Europa nem proibiu ninguém de emigrar. Não me parece que Getúlio tenha sido racista ao desejar misturar brasileiros e evitar cistos raciais. Pelo contrário: não desejar se misturar é que é próprio do racista.
Não há que se falar, assim, em autonomias locais em territórios tomados de nós caboclos ou em “seus princípios culturais”. A cultura mestiça já prevalecia nestes territórios antes das imigrações.
Esta política se não interropida irá certamente levar a conflitos étnicos e raciais sérios.
Quem começou essa palhaçada foi LULA.
Infelizmente isto tudo veio como uma reação as leis de favorecimento aos negros e medidas dos últimos 8 anos, para dividir brancos/negros/mestiços.
O que o cara disse que os indios e negros ja possuem suas areas de preservação, e por isso reivindica para outros povos, o pior é que faz sentido.
Poderia se dizer que é uma reparação pela perseguição racista de Getulio Vargas aos imigrantes.
Enfim, é tudo absurdo, mas o que deu inicio foi o racismo de Lula.
O que se deveria fazer é dar autonomias locais, para que as proprias regiões se governem segundo seus principios culturais.
Por isso que o Brasil vai continuar sendo miserável, medíocre e que merecia ser mesmo explodido no sentido literal da palavra, como deu até a entender o Sylvester Stallone. Por causa de ideias separatistas e racistas baseadas em uma superioridade que não existe de determinados grupos, deixamos de ter orgulho de sermos brasileiros (tem muita gente talentosa neste país até mais que gringos fedorentos que roubam os nossos recursos naturais) e queremos ser “europeus de m”. Vem estrangeiro de tudo quanto é buraco e faz o quer aqui e o que desejam com a gente, inclusive com aqueles que se dizem do Velho Mundo. Quando estão lá, não passam de brasileiros pobres famintos em busca de emprego.
Caiam na real. Esse deputado deveria ser cassado por atentar contra a democracia social no Brasil.
Tchiwa,
E o que dizer dos autodeclarados ‘índios’ que também descendem de brancos? Eles também merecem território exclusivo ou só os ‘indios de raça pura’?
Náo acho ruim isso , no brasil em nome da democracia er da mistura ficamos mais pobre.e acabou com varios povos da americas. voce que defende essa igual dade mentirosa, precisa conhecer seu pais chamado brasil. quantas corrupacao , quantas coisas erradas que todo mundo aceita. poxa, quantas terras roubadas dos indios.quantos morreram defendendo suas terras. estas terras que eles revindicam nao foram tomada de ninguem apenas estao tomando de volta oque eram dos seus ancestrais.todos precisam refletir e conhecer um pouco da historias dos povos indigenas.
Você realmente não sabe o que “nós queremos”. Não defendemos isolamento de quilombos (ou melhor, neoquilombos, pois os antigos quilombos já não mais existem, apenas algumas poucas comunidades de descendentes deles e eram abertos, não visavam proteger “uma identidade”, pois eram multiétnicos, multiraciais e neles havia mestiçagem) nem perenização de isolamento de territórios indígenas. Somos contra apartheid entre brasileiros. Quem gosta de isolamento racial e étnico é racista; nós gostamos de mistura e defendemos a miscigenação e a mestiçagem espontâneas. Para nós o território brasileiro pertence a todos os brasileiros e eles têm o direito de não serem expulsos de qualquer área do território nacional por motivos de raça, etnia, origem, etc.
Como a Nação brasileira possui identidade mestiça, quem é contra a mestiçagem é contra a Nação brasileira; é um racista traidor da Pátria que deseja a divisão do povo.
Se alguém deseja unir-se com alguém de sua raça ou origem étnica é questão pessoal, “tem direito de ficar com quem quiser”; mas se alguém prega isto para outros, está incentivando a divisão nacional, está dizendo que determinado brasileiro(a) não é bom(oa) o suficiente para habitar com outro(a) brasileiro(a); está indo contra a identidade brasileira e promovendo a mestiçofobia.
Se uma população migra para outra região por motivos econômicos e socias, é direito dela procurar a sua melhoria no país dela: o Sul e Sudeste e todas as regiões do país são propriedade de todos os brasileiros e, lembre-se, o território brasileiro foi conquistado por indígenas, brancos, mestiços e pretos.
Eu não sei o que vocês querem, quilombos também eram feitos para proteger uma identidade, não sei se vocês sabem mas tem muita gente no Sul que não quer ficar se incomodando com imigrantes vindos do norte, nordeste e sudeste, apenas causando pobreza aqui nas nossas cidades com o exôdo esmagador. Não é problema de vocês, com certeza vocês nunca iriam a uma dessas comunidades asiáticas e européias, nós ESCOLHEMOS o que queremos, se nós temos direitos de ficar com quem queremos, FICAREMOS.
Vocês que querem continuar a sua miscigenação, ótimo, nós não. Negros tem direito a cotas, índios tem direito a espaços reservados então como vocês dizem, queremos nosso “Espaço Vital” como somos todos nazistas.
É preciso sim! É preciso, entre outras, divulgar isto para os parlamentares e a imprensa. Eles provavelmente vão aguardar os fim do período eleitoral para voltar a acelerar este PL.
Este grupos desejam dividir ao máximo o povo brasileiro, não “só” entre pretos e brancos: eles desejam ver os brancos divididos em italianos, pomeranos, alemães, portugueses, etc.
Como já havia dito antes isso é um absurdo e é preciso nos manifestarmos em relação a isso.
Pode ter certeza que tem dedinho estrangeiro nisso como todos aqui sabemos é melhor SEPARAR para melhor DOMINAR!
Vamos a luta brasileiros!!!
Este quase silêncio na grande mídia sobre este projeto em contraste com a cobertura sobre os neoquilombos, demarcações de terras indígenas e cotas raciais nos faz ficar meditando se o racismo e o supremacismo branco no Brasil é mais poderoso e atuante do que se imagina.
Parabéns pelo artigo. Muito importante.
É absolutamente assustador! Aonde está o Conselho De Defesa Nacional para fazer cessar a pulverização da nacionalidade da Pátria Brasileira?