O presidente Milos Zeman, do Partido dos Direitos Civis – Zemanovci, reiterou na sua mensagem de Natal deste ano a sua recusa em receber imigrantes muçulmanos na República Checa e acusou a liderança da União Européia (UE) de “impotência e burocracia”. A declaração indica uma tentativa da esquerda européia de conquistar parte do crescente apoio a partidos nacionalistas na Europa contrários à política imigrantista e de islamização da UE. A Arábia Saudita e outras teocracias muçulmanas enriquecidas pelo petróleo têm cooperado com grupos políticos de esquerda e globalistas para abrir as fronteiras dos países cristãos à expansão do islamismo.
“Acolher migrantes muçulmanos, difíceis de integrar no nosso território, significaria criar um caldo de cultura [suscetível de provocar] eventuais ataques terroristas”, afirmou Zeman na sua mensagem difundida por diversas cadeias televisivas.
“Hoje quase ninguém duvida de uma ligação entre a vaga migratória e os ataques terroristas”, acrescentou Zeman, eleito para a chefia do Estado no início de 2013.
“Por esse motivo oponho-me à ideia pela qual seria bom acolher nos próximos dois anos no nosso território cerca de 6.200 migrantes através de uma designada base voluntária, que é quase o mesmo que cotas obrigatórias”, acrescentou.
Zeman pronunciou-se antes por uma “ajuda aos migrantes no seu país de origem ou em países vizinhos”, e ainda por um apoio à Itália e Grécia, países “que enfrentam a onda migratória”.
Na sua mensagem natalícia, o chefe de Estado checo também não deixou de fustigar a “atual direção da União Europeia”, nomeadamente sobre a saída do Reino Unido da UE.
“A maior parte da responsabilidade [do Brexit] incumbe à atual direção da UE que é absolutamente impotente e burocrática, que está na origem do afastamento dos cidadãos das instituições da UE e que inclusive é incapaz de garantir uma tarefa fundamental, que é a sua, a proteção da fronteira exterior da UE”, assinalou ainda o Presidente checo.
Segundo o censo de 2011, 34% da população da República Checa declarou ser atéia e 10,3% disse ser católica romana, 0,8% protestante e 9% seguidora de outras formas de religião. 45% da população não respondeu à pergunta sobre religião.
Biografia
Milos Zeman (Kolín, 28 de setembro de 1944) é o atual presidente da República Checa. Foi membro do Partido Comunista da Checoslováquia, do qual foi expulso durante a invasão soviética contra as reformas da Primavera de Praga, em 1968, perdendo também seu emprego como professor de economia. Filiou-se ao Partido-Social Democrata, de esquerda, após a queda do comunismo em 1993. Cinco anos mais tarde, formou um governo de minoria responsável pelas negociações para a adesão da República Checa à União Europeia em 2004. Foi primeiro-ministro da República Checa, de 1998 a 2002. Também foi líder do Partido Social-Democrata Checo e serviu como presidente da Câmara dos Deputados, a câmara baixa do parlamento checo, de 1996 a 1998. Em 2009 fundou o Partido dos Direitos Civis – Zemanovci, de esquerda. Em 26 de Janeiro de 2013, ele foi eleito presidente da República Checa; o seu mandato teve início a 8 de março de 2013.
Com informações de Diário de Notícias, 26/12/2016.
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