Evolução da população no item cor/raça nos censos nacionais brasileiros.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) revelou que, em 2015, 45,2% dos residentes no Brasil se declararam brancos, enquanto 45,1% eram pardos. A população que se diz branca vem caindo desde 2004, segundo os dados da PNAD, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde o censo de 1890, a população que se declara branca supera em números a parda, majoritária no censo de 1872, o primeiro censo de âmbito nacional.
Os dados, referentes a 2015, são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, divulgada nesta sexta-feira (25/11) pelo IBGE.
No ano passado, a população era composta por 45,2% de pessoas de cor branca e 45,1% de pardos. Além disso, 8,9% dos residentes se declararam pretos. Em números absolutos, 92,636 milhões de pessoas se disseram brancas, 92,310 milhões, pardas e 18,153 milhões disseram ser pretas.
De acordo com a pesquisa do IBGE, a população branca no país vem diminuindo desde 2004, enquanto um aumento dos demais grupos vem sendo observado. Em 2006, o número de pardos e pretos ultrapassou o número de brancos, o que não era registrado desde o censo de 1890. O IBGE e os censos nacionais brasileiros nunca adotaram o termo negro em seus censos; a palavra significa originalmente ‘escravo’, o que poderia causar mal entendidos nos recenseados.
Ao ir às ruas, a Pnad pergunta aos entrevistados com que cor ou raça se identificam, seguindo as denominações do IBGE: branca, preta, parda, amarela ou indígena.
O instituto afirma ainda que a composição da população segundo cor ou raça entre as grandes regiões do Brasil é bastante diferenciada. No Sul, onde há muitos descendentes de imigrantes europeus, 76,7% dos residentes se declararam brancos, 18,6%, pardos e somente 3,9% se disseram pretos.
Enquanto isso, a porcentagem de brancos na região Norte é de 21,2% e, no Nordeste, de 26,4%. Os pardos, por outro lado, representam 70,2% da população do Norte e 62% da do Nordeste. No Sudeste, 52,9% dos brasileiros se disseram brancos, 36,5%, pardos e 9,7% se declararam pretos.
Em todas as regiões brasileiras, a porcentagem de mulheres que se declararam brancas foi maior do que a de homens. No Brasil, 46,4% das mulheres e 44% dos homens se disseram de cor branca.
Em 2015, ainda segundo a Pnad, a população residente no país foi estimada em aproximadamente 204,9 milhões de pessoas, crescendo 0,8% em relação ao ano anterior – um acréscimo de 1,7 milhão de habitantes. As maiores variações ocorreram nas regiões Norte (1,4%) e Centro-Oeste (1,5%). O Sudeste, por sua vez, possui a maior população, de 85,9 milhões de pessoas (41,9% do total).
Mas o IBGE e a mídia divulgam sempre “pardo” como se fosse apenas negro, em textos como “maioria da população do país é negra”, negando o lado indígena do Brasil, como se nunca tivesse existido. O Movimento Mestiço deveria impor mais a verdade dentro da mídia e do próprio IBGE, propondo a inclusão, dentro da classificação parda do IBGE, de uma subclassificação (caboclo, cafuzo, mulato, multiétnico etc.), para que tivéssemos um verdadeiro retrato do povo brasileiro e não uma informação distorcida e inverídica.