Segundo matéria publicada no site da BBC Brasil, o jornalista esportivo Tim Vickery defendeu que a palavra ‘gringo’ não seja mais utilizada pelos brasileiros. Segundo ele, o jornalista que emprega o termo deveria ser condenado a assistir repetidamente a gravação do desfile dos atletas na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos:
“A gravação só pararia quando ele finalmente deixasse de ser o idiota da aldeia e descobrisse que a humanidade é feita de diversidade, de mais de 200 nações, e que a realidade é muito mais complexa e gostosa do que uma simples divisão entre brasileiros e ‘não brasileiros’.”
O colunista considera que “a maneira como se usa a palavra tem suas raízes no fascismo da década de 30”, fazendo alusão ao governo de Getúlio Vargas, o primeiro presidente do Brasil a ter sobrenome de gringo e que empreendeu uma política de nacionalização de imigrantes motivada, entre outras, por aversão racista de muitos deles à sociedade brasileira a qual consideravam inferior por ser mestiça.
Para o jornalista, o Brasil também não teria identidade nacional própria, mas sim seria um “país de imigração”:
“Falar em ‘brasileiro’ tem muito mas a ver com profissão do que com nacionalidade; trata-se de alguém que chegou aqui para explorar o pau-brasil. O que quer dizer que, com a exceção dos povos indígenas, gringos são sua mãe, sua avó, sua bisavó…” [sic]
Que o jornalista não goste da palavra gringo é direito dele, mas os que não vêem problema algum com a palavra não têm porquê para deixar de usá-la, inclusive para referirem-se aos seus ancestrais gringos.
Tentativa de censura moral ao uso de palavras por uma população local também traz um ranço de imperialismo. Impor seus valores e moral aos nativos é algo que sempre acompanha conquistas políticas. No momento atual, tem sido muito utilizada pelo globalismo esquerdista e neoliberal para fazer com que os nacionais não se sitam em casa.
Identidade nacional brasileira
Diferentemente de países de colonização anglo-saxã, a identidade nacional brasileira não foi formada pela segregação racial e étnica, mas sim pela mestiçagem entre índios que viviam no que viria a ser o Brasil, conquistadores portugueses e pretos africanos trazidos pelo escravismo. Quando o Brasil deixou oficialmente de ser colônia de Portugal e tornou-se sede de um Reino Unido, a sua identidade nacional já estava formada por uma população majoritariamente mestiça.
Fascismo imigrantista
Embora a maioria dos gringos ficasse muito feliz em vir morar no Brasil e passasse a se integrar , convivendo e mesmo casando com nacionais, outros não tinham o mesmo ânimo nem gratidão. Por não fazerem parte da identidade nacional brasileira e avessos à integração pela mestiçagem, muitos dos imigrantes europeus, que começaram a chegar ao Brasil em grande número cerca de meio século após a independência, tentaram refundar o Brasil como multiétnico e até multinacional, com o macabro objetivo de se tornarem uma casta governante. Outros “optaram” pelo separatismo. Giuseppe Garibaldi, um nacionalista branco italiano foi um dos primeiros a aportar no Brasil nesta época, tornando-se um dos líderes do movimento separatista farroupilha, no Rio Grande do Sul. Depois de fracassar em dividir o país dos outros, voltou à Itália onde unificou o país dele.
Sendo mais fácil mudar o Estado do que a Nação, o projeto foi sufocado por muitos anos, mas esta ideologia anti-brasileira ganhou força a partir dos anos de 1980 financiada e promovida por grupos e partidos globalistas e pela ONU e passou a ser implantada de forma fascista na legislação do país por multiculturalistas, em sua maioria comunistas e neoliberais.
Atacar a mestiçagem em países em que esta faz parte da identidade nacional (como ocorre na maioria dos países latino-americanos) e estimular novas imigrações – acusando os nacionais de serem xenófobos – são meios de debilitar a identidade nacional destes países e, assim, promover o separatismo e o enfraquecimento da democracia e de suas soberanias nacionais. Na Europa o discurso tem uma pequena, mas significativa mudança: a miscigenação é incentivada, mas de modo que seja pulverizadora, não integradora, a fim de não ocorrer o fortalecimento da identidade nacional pela mestiçagem.
Origem
Quanto à origem da palavra gringo, que significa estrangeiro, é controversa. Poderia derivar de “green, go home!” (verdes, vão pra casa!) ou “green coat”, que soldados do México empregariam em referência aos soldados dos EUA, de fardamento esverdeado, durante a guerra entre os dois países. Outra hipótese diz que é anterior: seria uma variante castelhana de ‘griego’, grego, significando estrangeiro e em referência a qualquer idioma difícil de entender.
Leão Alves é médico e ex-presidente do Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro (Nação Mestiça).
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