O economista Rodrigo Constantino escreveu um artigo sobre a nova empreitada a favor de cotas raciais nos cargos públicos, inclusive em parlamentos, intitulado “O nacionalismo negro“. O título passa a ideia de que estes movimentos negros pró-cotas raciais estejam movidos por ideais nacionalistas. Pelo contrário, foi exatamente após o nacionalismo ter perdido espaço meio aos movimentos negros que a ideia comunista de promover a divisão dos brasileiros em segmentos raciais e étnicos ganhou lugar.
Os movimentos negros brasileiros originalmente eram nacionalistas – da Guarda Negra, que era monarquista, à Frente Negra Brasileira.
O ideal que prevalecia era o de integração pela mestiçagem: a Nação brasileira iria cada vez mais fortalecer sua unidade e eliminar de vez qualquer chance de conflitos étnicos e raciais entre brasileiros.
Isto é bem diferente dos objetivos políticos dos movimentos negros comunistas atuais, petistas ou não.
Uma característica marcante nos movimentos negros que se alinham às políticas raciais do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) é seu caráter anti-nacional. Não digo sequer que sejam internacionalistas, o que significaria dizer que eles de alguma forma têm o objetivo de criar um mundo dividido em nações. Os movimentos negros petistas e outros comunistas são globalistas e, assim, contrários à ideia de nação.
Este objetivo não é de agora. Quase cinco anos atrás, numa audiência no Senado, o Nação Mestiça apresentou um documento da CONNEB, uma coordenação das mais conhecidas entidades dos movimentos negros do país, com o sugestivo nome de “Carta à População Brasileira”, na qual, entre raivosas críticas ao capitalismo, esta afirmava que, “A nação tem que ser redefinida. É preciso redefinir o Brasil como nação pluriétnica e multicultural. Este é um dos objetivos políticos do povo negro. Uma nação para todos os povos que compõem a população do Brasil”.
Ou seja, o objetivo das cotas raciais para estes movimentos não a é reparação ou combate ao racismo, mas a desintegração da Nação brasileira e do próprio povo de modo que brasileiro torne-se apenas uma referência a origem geográfica, como sul-americano ou asiático.
Isto o Nação Mestiça informou aos senadores há quase cinco anos. Desde aquela época já informava que o verdadeiro objetivo das cotas raciais não era reparar injustiças nem enfrentar o racismo, mas sim dividir o povo, eliminar a Nação, mas parece que só agora, depois do PL do deputado federal petista, Luiz Alberto (BA), ou seja, de um partido antinacionalista, começaram a atentar para este fato que não é secundário, mas o objetivo central da política de cotas raciais.
É por este objetivo que o governo federal faz tanta questão de impor identidade negra aos pardos, pois pardos no censo brasileiro referem-se aos mestiços. Mestiçagem une, unifica e eles desejam desunir, fragmentar.
Por isso também a questão das cotas raciais para negros e índios é indissociável da questão das criações de bantustões federais para índios e neoquilombos. Diferentemente do discurso oficial, o objetivo real é dividir o povo, mudar a estrutura de poder do Estado e ocupar estes espaços com aqueles que ideologicamente se harmonizem com a política anti-nacional.
Uma demonstração disso ocorreu nestes dias e foi denunciada pelo deputado federal Paulo César Quartiero na tribuna da Câmara, no dia 11 deste mês de novembro, o qual afirmou que a FUNAI enviou notificações para índios da denominada Reserva Raposa Serra do Sol informando que eles deveriam desocupar a área em 30 dias por serem considerados – pela FUNAI – não-índios. Detalhe: os índios possuem certidão de nascimento emitidas pela própria FUNAI. Nas notificações do órgão do governo federal comunista, este afirma a cada índio que ele está impedido “de permanecer na terra com caráter produtivo contrário aos postulados pelas demais comunidades circunvizinhas que possuem o caráter produtivo comunitário e não privado como o praticado pelo notificado”.
Assim, quem se opõe a cotas raciais para negros deve ser contra a criação de bantustões para índios, pois o objetivo é o mesmo. Mas quando um pardo ou um branco perde sua vaga em Careiro da Várzea, no Amazonas, ou em Buerarema, no interior da Bahia, por motivo racial, para a criação de batustões federais, o caráter racial desta discriminação não parece incomodar tanto.
Uma observação: por que os mesmos movimentos negros que defendem cotas raciais não protestam contra a expulsão de negros nas criações de terras exclusivas para índios pelo governo petista?
Voltando ao artigo, a afirmação de que estes grupos “vão prejudicar os pobres que têm a cor de pele mais clara à custa de uma elite parda” é equivocado: estes grupos de esquerda e anti-nacionalistas não desejam criar uma elite parda, mas uma elite negra. O governo petista institucionalizou uma elite negra sobre os pardos por ocasião da sanção do Estatuto da Igualdade Racial. Pardos têm sido excluídos por tribunais raciais, como ocorreu na Universidade Federal de Santa Maria. Mas isto não chamou a atenção da grande mídia, mais interessada nas cotas do que na identidade dos pardos. “Se eu vou perder minha vaga na universidade, o que me importa se vai ser para um preto ou para um pardo?”
E ainda há quem prefira ser identificado como de esquerda e comunista do que como de direita, conservador e nacionalista e num momento em que são exatamente os nacionalistas que estão atuando contra a divisão racial do povo e os comunistas os que a estão promovendo.
Há quem prefira se curvar à propaganda comunista, aquela que rotulou de nacionalismo até o nazismo, que colocava a raça acima da nacionalidade, e o fascismo, que colocava a nacionalidade abaixo do Estado. Pois é: quem está fazendo isso no Brasil atual?
Leão Alves é secretário geral do Nação Mestiça.
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Se as cotas for dada ao povo afro brasileiros , será um tiro pela culatra.
Será para nos mesmo , e seja quem qualquer tipo de cota qualquer , se dependesse da minha assinatura , jogava a caneta fora.
A solução não esta em cotas , a solução esta nós mesmo.
Fácil de ser resolvido.
Países não é sinônimo de nações.
Os países instituídos da forma como são hoje são o resultado de um processo histórico de formação, de um processo contínuo que retrata um momento da história. Suas configurações não são estáticas, suas existências não são fixas. Não são uma construção acabada. Suas formas atuais não se traduzem em ideais ou definitivas, perpétuas. São uma convenção coletiva aceita ou imposta no tempo e no espaço presente, cujo sentido se faz pela oportunidade e conveniência de serem o que são. Assim é um país. Nação é diferente, provém de unidade.
O Brasil é um país, mas não é uma nação!